Isaac Alfaiate: "Fico fascinado quando vejo umas belas pernas"

Aos 20 anos, o actor está a ter o maior desafio em representação. Em <em>Deixa Que Te Leve</em> (TVI) é Manel, um garanhão. Na vida real é tímido... mas não deixa de apreciar os atributos físicos de uma mulher. <br />
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Quando vê umas belas pernas...

Ai... (gargalhada). Quando vejo umas belas pernas... (pausa).

... Fica tão fascinado como o Manuel de Deixa Que Te Leve?

Fico, fico. Se calhar o Manel reage de forma diferente. Eu sou mais tímido nesse aspecto. Sou capaz de olhar disfarçadamente... e gosto de ver. Qual é o homem que não gosta de ver umas boas pernas? Mas sim, gosto de ver gente bonita na rua. Acho que toda a gente gosta. Se fosse o Manel ia logo ter com ela [a das belas pernas] e marcava qualquer coisa com ela. Mas comigo as coisas não são assim... aliás, sou completamente diferente da personagem que estou a fazer e é isso que me está a dar um gozo enorme.

É a parte do corpo da mulher que mais aprecia?

O conjunto é o que mais aprecio. Uma mulher tem de ser inteligente, simpática, acessível... depois se for bonita e jeitosa, ajuda... se tiver umas boas pernas, ajuda (risos).

O Manel é um garanhão na verdadeira essência do termo. É fácil mergulhar numa personagem como esta?

Não foi muito fácil porque é um boneco. Tive de estudar bastante, ver muitos filmes com personagens idênticas à do Manel e eu próprio fui retirando algumas manhas e construí a minha personagem. Aliás, só comecei a divertir-me à séria passado um mês e meio de as gravações terem começado. No início estava um pouco acanhado, não sabia se ia funcionar. Mas à medida que vi que funcionava fiquei muito contente.

E houve alguma dessas personagens que viu em filmes que o tenha inspirado particularmente?

Sim, a personagem do Jude Law em Alfi e as Mulheres. O Manel é o Jude Law naquela personagem, mas muito mais miúdo e ainda mais maluco.

Este é o seu maior desafio em representação?

Até agora está a ser. Também não tive muitos (risos). Isto porque todas as personagens que fiz até ao Manel podiam ter alguma coisa que ver comigo. Eram personagens que não dava para fazer muito delas... eram muito normais. Agora tive a minha oportunidade de dar um pulinho e acho que estou a aproveitá-la bem. As pessoas que têm falado comigo têm-me dado os parabéns, as audiências estão óptimas e isso é que é preciso.

Era suposto o Manel ser cómico?

Acho que sim. Agora até eu me surpreendo  com as coisas que faço e que são espontâneas. Já não penso no que vou fazer. E depois é a primeira novela que estou a fazer em que sinto que toda a gente se dá bem. Estou a adorar.

Como reage às críticas que lhe foram feitas sobre a sua interpretação ser exagerada?

Cada pessoa tem a sua opinião e é livre de dizer o que pensa. Agora, nós temos um director de actores sempre connosco em estúdio que nos chama a atenção para isso mesmo. O Manel é uma personagem que tem sempre de andar no red line. Mas os directores de actores estão lá para não nos deixarem sair do patamar. Portanto, se o Manel é assim é porque está previsto que o seja. Eu acho que não está exagerado.

Existem muitos Manéis? Conhece muitos?

Por acaso não conheço muitos. Tenho amigos que são um pouco assim, mas como o Manel  nunca conheci.

Acha que a maior parte das mulheres gosta de garanhões?

Acho que umas devem gostar e outras não (risos). Há gostos para tudo. Mas acho que achar piada se calhar muitas acham...

Então, o que acha que apreciam mais num homem?

(Pausa) Acho que é o que eu aprecio na mulher. Uma pessoa que saiba conversar de tudo um pouco, inteligente, sincera. 

Em algum momento da sua vida se sentiu um garanhão. Ou melhor, houve algum momento em que o tenham feito sentir um garanhão?

(Pausa) Acho que não. Sou tímido, embora reconheça que tal não pareça. Eu gosto de ir devagarinho, de conhecer a pessoa, de ir passo a passo. Quando as coisas acontecem muito depressa perdem o interesse.

Está a querer dizer que deve haver um jogo de sedução?

Sim, isso mesmo.

É muito assediado na rua?

Sou, um bocadinho.

E já se sentiu desconfortável?

Não, porque os piropos que ouço são de pessoas mais velhas ou de miúdas de 13, 14 anos. E acho piada... farto-me de rir muitas vezes.

Além de ser mulherengo, o Manel é um homem do campo. O Isaac é tímido e cosmopolita?

Cosmopolita não, tímido sou q.b..

Costuma fazer piropos?

(Pausa) Costumo fazê-los em casa quando estou a estudar os textos para o dia seguinte.

Na novela é muito protegido pela mãe. Na vida real também é assim?

Não, não sou nada menino da mamã. Saí de casa praticamente aos 16 anos. Comecei na moda com 14 e a viajar muito. Portanto, aprendi a viver sem a minha mãe. E ela sempre teve muita confiança em mim. Aos 17 vim viver sozinho para Lisboa [nasceu em Beja, viveu até aos três anos em Moura, Alentejo, e depois foi para Faro, Algarve, viver com a mãe até aos 14]. A minha mãe faz-me muita falta, como é normal, mas como toda a minha família me faz falta.

É filho de pais divorciados, certo?

Sim, desde os três anos. Não me lembro...

É o mais velho de quatro irmãos. É muito protector?

Sou e gostava de ser mais, não tenho é muito tempo para isso. Dois estão no Alentejo e uma irmã vive em Faro, portanto, quando estou com eles nem penso em protecção. O tempo que estou com eles é para os mimar, brincar.

O Manel acha que a masculinidade é a sua maior qualidade. E o Isaac, que qualidade realçaria de si próprio?

Sou muito sincero e não gosto de enganar as pessoas. 

Mas isso pode provocar dissabores no outro...

Prefiro criar esses dissabores no início do que no final deixar de ser eu próprio. A sinceridade é a base de tudo.

E já que falamos de qualidade, não há como não falar de defeito. Qual é o seu?

Sou um pouco teimoso. Quando acho que tenho razão ninguém me convence do contrário (risos). E às vezes dou-me mal porque não tenho razão nenhuma.

Mas não dá o braço a torcer nessas alturas?

Dou, claro.

Já lhe foram atribuídos muitos romances. Sei que não gosta de falar sobre a sua vida privada...

Não é que deteste falar da minha vida privada. Sou figura pública e é normal que as pessoas perguntem. Eu não tenho é de responder (risos).

E eu quero perguntar-lhe: o último romance que lhe atribuíram foi com a Sónia Brazão. Qual é o seu estado civil, afinal?

Não estou com ninguém, estou sozinho. Estou numa fase da minha vida em que, sinceramente, nem estou a pensar muito nisso. Estou concentrado no trabalho. Portanto, o amor não é tudo na vida... quer dizer, é tudo, mas há o amor da família, dos amigos. Quando tiver de acontecer, aconteceu.

E se isso acontecer, vai apresentá-la publicamente?

Dou tempo às coisas para perceber se vale a pena apresentá-la publicamente. Quando tiver a certeza de que estou com a pessoa que possa vir a dar frutos, serei o primeiro a apresentar. Aliás, acho que isso facilita as coisas.

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